quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

EX-PECTATIVA

Expectativas. Quem nunca teve esse negócio, que atire a primeira pedra no meio do caminho.
Porque é no meio do nosso caminho que elas ficam mesmo, atrapalhando o andar natural das carruagens sentimentais.
Quem nunca as criou, alimentou, ressuscitou entre pensamentos que saem desembestados por aí ou em crises de angústias que mais parecem torturas chinesas?
Não adianta: eu expectativo, tu expectativas, todo mundo expectativa. Mas uma hora é preciso parar de conjugar este devaneio. Afinal, chega o momento de substituí-lo por outros novinhos em folha, prontos para atormentar nossa serenidade.

LETRA DECORADA

Alguma coisa está fora da ordem. Sei lá se o problema é com a nova ordem mundial ou com a minha cabeça mesmo.

Não, eu não vou me adaptar, eu não vou ser fake, eu não vou ser silicone, eu não vou ser jogo. Não quero luxo, nem lixo, não quero censura, não quero ser oca, não quero ser corrupta comigo.

Eu sou uma pacata cidadã desta imunda civilização. Fiquei pacata, mas continuei indignada.

DISSINCRONIA

Tudo tem seu tempo
Um tempo só seu

Todos têm seu ritmo
Um ritmo próprio

Ninguém muda
Ninguém aluga
É único, pessoal
Intransferível

VERSUS EGO

Perder o conforto para ficar com a beleza.
Perder a paz para ganhar a briga.
Perder o sentimento para colecionar sensações.
Perder a criatividade para não sair do padrão.

Perder a felicidade para manter o ego em sua melhor forma.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

RELAÇÕES PONTUADAS

Existe o ponto final para algumas relações.
Existem situações cheia de vírgulas. Vírgulas que algumas vezes marcam uma pausa e noutras, mudam o sentido de tudo. Tem aquelas que acrescentam algo e outras que tiram toda a graça.
Entre os dois tipos de relações, existe o caso ponto-e-vírgula. É aquele que não termina, mas também não flui. Sempre espera por mais, mas não deixa o caminho reticente.
Há também as relações-exclamações. Essas são insuportavelmente alegres, de uma excitação gratuita.
Mas as mais complicadas são as relações-interrogações, com um número infinito de dúvidas a não se resolver.

Certamente, todas elas acentuadamente desinteressantes.
Nada melhor que um relacionamento bem pontuado, que combine a dose certa de emoções e razões para seguirmos juntos na gramática da vida.